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Covilhã

Covilhã cidade flor, Corpo agreste de cantaria, Em ti mora o meu amor, E em ti nasce o novo dia - Amália Rodrigues

Exemplo original de uma “cidade de montanha”, rara no urbanismo português, a Covilhã possui uma vasta tradição industrial com base nos tempos modernos e contemporâneos.

Localizada a cerca de 20 km do ponto mais alto de Portugal, o seu núcleo urbano estende-se entre os 450 e os 800 metros de altitude,  ganhou estatuto de Cidade a 20 de outubro de 1870,  título atribuído por D. Luís I.

Situada na zona denominada por Cova da Beira que engloba o eixo da Guarda – Covilhã – Castelo Branco, o seu primeiro nome foi Cova Plana, por razões de ordem morfológica. Cova” porque está enclausurada entre serras altas, nas abas das Serra da Estrela, Serra da Gata, Serra da Malcata, Serra da Gardunha. “Plana” porque se trata de um espaço onde se erguem aqui e além pequenos montes que, vistos do cimo de qualquer uma das serras que a envolvem, se diluem na paisagem, parecendo tratar-se de uma planície entre montanhas onde brilham as águas que a percorrem.

Após a invasão e conquista da Península Ibérica pelos romanos surgiram vários nomes sobre esta zona (Cova Julia e Silia Herminia) a que as lendas deram notoriedade. Os generais romanos, por razões estratégicas davam os seus nomes às regiões por onde passavam e sobretudo onde assentavam arraiais. Assim a Cova Plana mudou de nome para Cova Julia, antes de devido ao facto de ser Júlio César, o General, comandante das legiões romanas, na Península Ibérica. Em 41 DC, recebeu novo nome, Cova Julia desaparece e a região passa a ser conhecida como Silia Herminia, devido ao facto de o general romano, que então comandava as legiões romanas, se chamar “Silius”, e ter, por cá acampado com a missão de dominar os destemidos lusitanos.

A origem do próprio nome da cidade está também relacionada com uma lenda. Segundo esta, o Conde Julião, governador de Ceuta, teria permitido a passagem dos mouros, por vingança, pelo facto da sua filha, Florinda, se ter enamorado por Rodrigo, o último rei dos Godos. Após a morte deste, numa batalha contra Tariq, esta refugiou-se nos Montes Hermínios e, pela sua astúcia e formosura, mereceu o respeito dos mouros e o nome de Cova. Terá pois sido o lugar da Cova Juliana ou Covaliana, a  dar o nome à Covilhã.
Há ainda quem conte que terá sido as condições em que a Covilhã se insere, com zonas de pastagens e refúgio de ovelhas na Serra da Estrela que lhe deram o nome, inicialmente  como o Covil da Lã,  e evoluindo ao longo dos anos para Covilhã.