https://www.traditionrolex.com/41

Cortes do Meio


Cortes do Meio refugia-se nas margens da sua ribeira semiglaciar, na vertente sul da Serra da Estrela, ribeira essa que pinta de azul os majestosos fragões que, atentamente, observamos a partir de qualquer ponto da aldeia.

A 15 km da Covilhã, a freguesia de Cortes do Meio estende-se desde o planalto das Penhas da Saúde até à verde planície do Ourondinho, a que correspondem 5 mil hectares de repousante beleza e colossal grandiosidade.

A esta Freguesia pertencem os lugares da Bouça, Cortes de Baixo, Ourondinho e Penhas da Saúde. Encaixada entre Unhais da Serra, Paul, Peso, Tortosendo, Vila do Carvalho, Manteigas e Covilhã, Cortes do Meio insurge-se através do encanto dos seus contrastes, observáveis por entre as encostas e os profundos vales que escondem segredos.

Património

Igreja Matriz de S. Roque, Cortes do Meio

Desconhece-se a data da sua construção. Segundo o relato dos mais idosos, “aquela igreja foi construída antes da minha avó nascer e ela morreu com 100 anos”. Foi restaurada recentemente. No seu interior podem ser admiradas várias imagens religiosas, entre elas o padroeiro desta aldeia S. Roque, S. Joaquim, S. José, a N. Sra. de Fátima e ainda uma imagem que simboliza o Espírito Santo, a qual como afirmam os habitantes desta aldeia é única na freguesia, “pois o Espírito Santo não tem rosto, é meramente simbólico”.

Actualmente a Igreja Matriz de Cortes do Meio tem uma apresentação bastante nova e arejada, toda ela foi restaurada, e a colocação de vitrais, em muito a valorizou. O adro é também, agora um local bastante aprazível.

Capela de Nossa Senhora do Carmo, Cortes do Meio

Para conhecer um pouco da história desta capela, nada melhor do que falar com um seus construtores que adiantou que se não fosse a força de vontade de alguns habitantes desta aldeia, “a capela hoje ainda não existia”, o objectivo desta construção foi o de exercer acção pastoral, educativa e religiosa. O seu fundador foi o senhor Joaquim Barata em 1958. Actualmente é nesta capela que se celebra a conhecida festa da N. Sra. do Carmo e também onde as famílias dão o último adeus aos seus falecidos.

No interior desta capela pode ser vista uma imagem de N. Sra. do Carmo que é bastante antiga.

Capela de S. José, Bouça

Em tempos muito antigos a capela não se localizava onde se situa actualmente, todas as celebrações religiosas realizavam-se numa casa de um dos moradores da aldeia. A data da sua construção é muito antiga e apenas é conhecida a data da construção da Torre dos Sinos que é de 1937.

Capela de Santo António, Cortes do Meio

Foi construída há 306 anos atrás, ou seja em 1697. A sua localização é na pequena localidade de Cortes de Baixo e a sua pequena população serve-se desta capela para fazer os terços diários e também para festejar anualmente a festa de Santo António. Na capela está um altar que contém N. Sra. do Carmo, Santo António e Jesus Cristo. Recentemente todo o interior da capela foi restaurado.

Alminhas, Bouça

Como em tantas outras aldeias, o nicho serve para abençoar os condutores e viajantes, e fica instalado no início das localidades. Esta construção é bastante recente, de 1967.

Nicho, Cortes do Meio

A imagem que pode ser apreciada no nicho é a de N. Sra. do Bom Caminho, como o próprio nome indica tem a finalidade de dar boa viagem aos condutores e viajantes e, por isso localiza-se no final/início das localidades. As pessoas mais antigas argumentam que colocavam flores no Nicho e cada vez que passavam por ele rezavam para lhes dar uma boa viagem.

Cruzeiros de: Cortes de Baixo, Ourondinho e Alto da Salgueira

O cruzeiro de Cortes de Baixo, tem a seguinte mensagem inscrita:

Ó vós que ides passando

Alembrai-vos de nós

Que estamos penando.

Assim, este pequeno monumento “quer chamar a atenção” das pessoas que passam para se lembrarem das almas e rezarem por elas. A data da sua construção não é conhecida.

Ruínas do Lagar de Azeite, Cortes do Meio

O Lagar de Azeite foi, noutros tempos um marco bastante importante na Freguesia de Cortes, pela abundante produção de azeite. Muitos são os vestígios da arcaica produção de azeite que ainda se podem encontrar no local, e, que nos transporta para tempos remotos.

Moínhos

Se percorrermos as margens da ribeira, num caminho rude para os pés, mas tonificante para os olhos, deparamo-nos com ruínas de moinhos que ainda deixam antever velhas mós e pedaços de engenhos que trituraram os cereais.

Um ambiente envolvente que nos transporta para a vida de tempos que já lá vão…

Casario típico

Espalhadas por toda a Freguesia, todas elas com floreiras à porta e nas janelas, conservam o traço característico das habitações da Beira Baixa, e são edificadas em granito, que conferem um ar airoso e rural, próprio da paisagem serrana em que se inserem. Uma destas casas, recentemente reconstruída, serve de sede para a associação juvenil Juvecor.

Fonte dos Calções, Bouça

É um dos mais emblemáticos monumentos da Bouça, que serve de pretexto à construção de uma lenda acerca da fundação desta aldeia. A fonte, feita de granito, possui sete bicas cujo formato lembra uns calções. Da sua boca jorra uma nascente de água de qualidade, descoberta por um foragido da justiça régia que, refugiado numa corte de colmo junto ao poço do Forno Velho, procura a referida nascente e aí se fixa, edificando a fonte e a primeira casa de habitação daquele lugar. Reza a lenda que este degredado fora absolvido da sua pena depois de revelar o seu feito a uma autoridade que, em reconhecimento da obra feita, o perdoa. História ou pura ficção, estes acontecimentos ainda vivem na boca dos mais antigos habitantes de Bouça.

A aldeia da Bouça antigamente situava-se num outro vale vizinho (chamado actualmente A Bouça Velha) e, como nesse vale havia muita falta de água, os seus moradores foram forçados a ir à procura desta e encontraram a nascente que hoje é a fonte dos calções. Depois desta descoberta a aldeia da Bouça começou a instalar-se em volta da Fonte, logo se não fosse esta descoberta tão importante, talvez a Bouça não se localizasse onde está actualmente.

A 17-12-1954 foi feita a última reconstrução, mas ainda podem ser vistas as 6 bicas que lembram uns calções.

Fonte das Três Bicas

Monumento de beleza inquestionável foi, e ainda continua a ser, palco de rituais, que já se tornaram um símbolo para as gentes da aldeia. Em tempos remotos, as moças da aldeia, tomavam como pretexto a ida à fonte com os seus cântaros buscar a água cristalina, para se encontrarem com os seus namorados. Existe um muro que, segundo o que é dito pelos mais antigos populares, “estava sempre cheio de namorados que aproveitavam o tempo que os pais não estavam por perto para namoriscarem”. Actualmente, aquando da festa de S. João, quando o relógio da torre dá as doze badaladas, os jovens da aldeia dirigem-se para a fonte para partir um ovo, ritual, segundo dizem, nos dá a conhecer o que o futuro nos reserva.

Depois de muitas tentativas para descobrir a data da sua construção não é possível saber, visto que mesmo as pessoas mais antigas dizem que quando eram crianças a fonte já existia, e não existe qualquer data ou qualquer documento que nos indique a época.

Fonte de Santo António

A sua localização era numa das muitas quelhas existentes nesta localidade, mas, para permitir maior acesso à população e visitantes em geral passou a localizar-se no largo principal e único, esta mudança de lugar foi feita em 1966. Segundo os habitantes, as águas daquela fonte “são quentes no Inverno e frescas no Verão” e muitos visitantes quando passam por aquelas bandas não resistem a levar consigo garrafões de água.

Fábrica, Cortes do Meio

Situada numa das margens da ribeira das Cortes, construída com monstruosas pedras graníticas, a fábrica terá sido construída no tempo do Marquês de Pombal. O objectivo era aproveitar a energia das águas para a produção têxtil, o que nunca chegou a acontecer. Actualmente subsiste apenas parte das vigorosas paredes que o constituíam.

Ponte Antiga, Cortes de Baixo

Ponte Antiga, Cortes de Baixo.

Inserida num cenário rural serrano, a ponte antiga é um marco importante na vida dos anciãos da aldeia. Outrora, e ainda actualmente, esta ponte é a passagem de muitos pastores que conduzem os seus rebanhos pela serra.

A sua origem é desconhecida mas consta entre os habitantes que seja romana.